02/10/2020

A preservação da diversidade da terra através de uma conexão mais profunda com a vida

A Ecoarts aplica o deep ecology em sua atuação e inspira um novo caminho de viabilidade da floresta em pé 

A Ecoarts nasceu há 20 anos de uma necessidade: a viabilidade da floresta em pé, ainda quando sustentabilidade ainda não estava na moda.

Com o tempo, a Ecoarts entendeu que o que ela estava fazendo tinha nome: Ecologia Profunda. 

Ecologia profunda questiona o individualismo da sociedade contemporânea e enxerga o homem de forma igualitária como uma das partes da delicada rede de vida da terra, levando a uma conexão mais profunda com a vida, reforçando o papel humano na preservação da diversidade na terra e, em especial, na Amazônia brasileira. Este termo criado pelo filósofo, professor norueguês Arne Naes representa uma abordagem holística que envolve pensamento crítico, espiritualidade e ação para enfrentar as ameaças ambientais para a vida na terra. 

Por isso, a Ecoarts acredita e trabalha de acordo com os princípios fundamentais da ecologia profunda e aplicando estes conceitos nas diversas etapas de produção e nas ações de preservação que conduz dentro da Amazônia legal, norte do estado do Mato Grosso. “Promovemos as dimensões materiais e imateriais da floresta e somos interconectados e interdependentes da maior floresta do mundo,” diz a fundadora da Ecoarts, Márcia Martins.

Nós vemos a Amazônia como um espelho daquilo que somos: uma entidade viva, rica, diversa, poderosa e global. Vemos a floresta onde cada elemento da natureza, cada semente, planta  e capital  humano tem um propósito, uma mensagem que deve ser preservada e respeitada para garantir seu equilíbrio.

“Um indígena nunca diz meio ambiente, pois para ele existe apenas um ambiente inteiro, isso é coisa de quem se acha apartado da natureza. Os selvagens somos nós,” enfatiza Márcia. “É necessário superar a ecologia rasa ou ecologia superficial, paradigma dominante atualmente sobre o uso dos recursos naturais, no qual humanos são o centro de tudo e a natureza constitui algo a ser explorado,” completa.

Por isso, convidamos a todos a olhar esta floresta de perto; cada semente, planta, cada ser, tem sua função e beleza para conhecer para preservar. Assim, criamos peças e produtos que falam desta Amazônia Profunda, onde a ancestralidade emerge dos próprios elementos, e com o lucro plantamos novas árvores. Para nós, a Amazônia deve ser vista como um espelho de cada um de nós.  Não podemos ter amor por esta floresta se nos enxergamos separados dela.